AO LEITOR


        Os escritos aqui são resultados de um entrelaçamento de muitas leituras e a realidade social ideologicamente dominante. Mas, nenhum texto terá a pretensão do esclarecimento ou dos mecanismos ideológicos conceituais, a não ser os meus próprios os quais não aprendi a expurgar.
        A ironia será marca toante inequívoca no interior de cada texto, onde o leitor, muitas vezes, verá seu próprio reflexo, tentando fugir transfigurado. O alvo é o espírito combalido do indivíduo e da sociedade que se furtam ao ato da reflexão e da tolerância.
        Não há uma negação abstrata e indiferente a tudo que se diz positivo, invocando uma fórmula estereotipada como revela Adorno em Dialética do Esclarecimento, ao observar o processo do nominalismo na religião Judaica. Se pudesse fazer uma comparação, e longe disso, acredito que meus textos tenham mais d’A Genealogia da Moral de Nietzsche do que de qualquer outro autor. Não falo da grandeza de estilo e conteúdo, lógico, mas dos temas: moral, verdade, sociedade, as Leis, a ética, o pecado e o perdão, e todos os binômios maniqueístas religiosos que se seguem.
        Devemos nos perguntar: a quem tanto interessam essas influências? Se observarmos bem, esses conceitos éticos são perfeitamente aplicáveis a uns e a outros não. Enquanto uns poucos gozam de seus direitos invioláveis, muitos são violados em seus direitos. Tão denso quanto este texto, o brilho da literatura é fazer o leitor sair da mesmice do mundo e imaginar algo diferente e melhor, ter um pensamento crítico e uma consciência da sua realidade social.

Leandro Dumont
01/08/2012

        Nunca confie em alguém que diz que você está mais bonita hoje do que ontem. O cinismo social o ensinou a ser educado. Acredite meu amigo, eu e você somos cínicos. Mas calma, a boa notícia é que não conheço ninguém que não o seja.

Leandro Dumont

20/08/2012

        Eu sei, você é honesto e eu também sou. Agora, vá buscar um cafezinho, vai.

Leandro Dumont

20/08/2012

Currais Novos, cidade anacrônica

        Hoje assisti à propaganda eleitora, veiculada pela Sidy’s TV a cabo e, mais uma vez, para a minha decepção as propagandas eleitorais são extremamente pífias e insípidas. Não há nada de novo, nenhuma proposta a ser considerada, nenhum plano de desenvolvimento para o futuro, nem mesmo uma promessa de melhora.
        Os candidatos à prefeitura de Currais Novos continuam vítimas do anacronismo político que se perpetua e se arrasta, tradicionalmente, através da distribuição de abraços frios, sorrisos amarelos e muita festa ao estilo brega. O munícipe, feliz, não sabe direito do que ri, mas está alegre e se sente confortável porque foi, pela primeira vez, abraçado por alguém que ele supusera importante.  Este cidadão defenderá seu candidato com unhas e garras sem nunca na vida ter pensado a política como fator social, mas unicamente porque faz parte de uma tradição de votos, ou porque, de alguma forma, individualmente, será beneficiado. Este é o leitor da modernidade, criado especificamente pelos políticos para fins eleitoreiros.
        No meio desse jogo de interesses, o cidadão ( e todos somos cidadãos) que deve ser, deveras, respeitado e priorizado através das temáticas municipais como a educação, saúde, habitação, lazer, segurança, meio ambiente e transporte, é vitimado pelo próprio desconhecimento e falta de esclarecimento, acha que faz parte de um projeto político só porque lhe prometeram um saco de cimento ou um milheiro de telhas, talvez uma consulta ou uma dentadura nova. E assim as verdadeiras temáticas são diluídas nos holofotes dos comícios, nos gritos entusiásticos e efusivos dos políticos de olhos arregalados.


Leandro Dumont
22/08/2012

 

A futilidade incorpora mais um sinônimo - o politicamente correto.

E a sociedade se descobre fútil.

Que bom, estamos a um passo da modernidade.

 

Leandro Dumont

19/08/2012

        Na antiga Grécia Diógenes, o cínico, andava com uma lanterna acesa na mão durante o dia, em plena luz do sol. Ele dizia que estava procurando ao menos um homem honesto na face da terra. Mas morreu e não achou. Que pena, ele não procurou no Brasil.

Leandro Dumont

20/08/2012


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