CÁLICE DO DESEJO
Esmaece trêmulo corpo vacilante
Que tanta beleza espanta quimera!
Foge branca neve, pêlo veludante
Não há espartano que resista tal fera!
Pois boca que grita e urge entre dentes
É a mesma que morde e canta a pantera!
E a procura da esfinge caliente,
Mãos lisas percorrem montes, coxas, pernas!
Sôfregas, desejo do totem ardente!
Frêmitos bruscos lançam chama da fera!
Paixão, néctar que desliza, rosa candente
- Adentrai guerreiro à porta que se abre!
Retira teu elmo e guarda teu sabre
Neste colo imanente, ávido, cabe,
Na linda mulher que amada se sente,
Desejo na calada, alcova ardente.
Leandro Dumont
03/11/2006
